Análise Tática - I

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A OPH (Imprensa Oficial Hattrick) Ano III - Artigo 019 por Renan Freitas.
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Proposta: Uma pesquisa recente (ainda não publicada) revelou que grande parte dos usuários do HT, sejam novatos ou não, possuem dificuldades em entender as possibilidades táticas em que se pode escalar seu time.

Inicia agora uma série de artigos nos quais procuraremos ajudar a comunidade a entender melhor a dinâmica do HT.

Seu adversário tem um meio de campo muito superior ao seu. Você já colocou atacantes TDF jogou os alas para o meio e ainda assim suas notas de posse de bola ficaram muito abaixo do adversário. E agora? Como vencer sem dominar o meio de campo?

Bem, eu (Renan) não sou o mais indicado para comentar o assunto, mas o nosso convidado de Hoje tem muita propriedade em nos ajudar com a tática escolhida, o contra ataque!

Renan: nosso convidado é o Luiz Levy (4298631) Manager do ZIUL F.C, Atual campeão Brasileiro. Luiz, como fazer um bom contra ataque?

Luiz: Primeiro eu gostaria de convidá-los a observar os diferentes aspectos da tática de contra-ataque. Faremos isso por analisar alguns jogos que representam algumas das variações mais comuns.

Com sorte, espero evidenciar as principais decisões para o sucesso ou fracasso nos jogos, possibilitando uma análise mais criteriosa para a comunidade de quando e como se utilizar da tática CA.

Renan: Perfeito Luiz, mas é sempre importante lembrar os pressupostos básicos para se escolher essa tática. Você poderia nos ajudar com isso primeiro?

Luiz: Mas é claro. A condição para a tática ser válida é perder o meio de campo antes da penalidade de 7% no meio ser calculada.

Uma vez que essa condição foi satisfeita, cada ataque perdido pelo adversário pode se transformar num ataque para o time em CA. No máximo, o CA pode produzir 4 ataques, sendo que a chance de obter o 1º CA é alta e a chance de obter o 4º CA é bem baixa e a magnitude dessas depende do nível da tática.

Um CA lendário quase sempre terá 2 chances, muito frequentemente 3 e ocasionalmente as 4. Talvez o mais importante é que você só pode obter um ataque de CA se o adversário perder a dele, então um bom CA pressupõe ser capaz de defender ao menos 4 chances normais.

Renan: Excelente. Acho que agora estamos prontos para começar. O primeiro jogo escolhido para analisarmos é esse: (6902531) uma partida muito boa do meu amigo Ekrato (8021054) especialista em CA.

Luiz: Bem, nessa primeira partida, observem que temos um 451 normal x 523 "donut" CA.

O 451 é discutivelmente o adversário preferido do CA. Jogando com ênfase em meio e defesa, os ataques baixos deixam ele frágil contra a tática e o time do Pedra se aproveita muito bem disso nessa partida.

Se o Sunshine suspeitasse do CA do pedra, era só colocar os alas em ofensivo que já seria uma boa precaução.

O técnico do Pedra deu ordens perfeitamente coerentes com a estratégia do jogo: laterais defensivos para diminuir a conversão, alas ofensivos e 3 atacantes em normal para o máximo de ataque!

Aqui temos um bom exemplo de que o foco numa proposta tática é facilmente mais eficaz que o máximo de notas se a proposta for correta para a partida.

Renan: Até aqui parece estar tudo indo muito bem, mas com mais posse de bola as chances de vencer não são maiores? Não é o meio de campo a parte mais importante do jogo?

Luiz: Prestem atenção ai! A posse de bola deste jogo foi Sunshine 87 x 13 Pedra, isto tende para uma distribuição de 9 chances normais para o Sunshine contra 1 para o Pedra, sendo 10x0 e 9x0 os desvios mais prováveis.

Vou fazer uma parêntese rápido sobre a posse de bola e a distribuição de chances:

Tem 5 chances de gol em disputa. Elas são sorteadas para cada time de acordo com a posse de bola. Além disso, cada time tem 5 chances exclusivas que são recebidas também de acordo com a posse. A diferença é que nas chances em disputa, alguém sempre leva, já nas chances exclusivas se você não ganhar ela vai pro lixo.

O que quer dizer que no máximo você pode ganhar as cinco chances exclusivas e as cinco em disputa, então 10 chances normais (eventos são chance brinde para efeito dessa análise). No mínimo 0.

Renan: Pode ser que os usuários menos experientes estejam um pouco confusos, nesse caso é de extrema importância que façam a leitura do manual do HT. Por outro lado Luiz, sua análise pode aprofundar um pouco mais na estatística?

Luiz: Claro. Depois de saber quantas chances são possíveis, presume-se que elas serão assinaladas para cada "lado" do ataque com a seguinte proporção: 35 meio/ 25 cada lado/ 15 bola parada (sem utilizar as táticas que mexem com essa distribuição APM, APL, CL).

Com 9 chances a distribuição tenderia para um 3.15 meio, 2.25 em cada lado e 1.35 bp, ou 3/2/2/1 com mais uma chance em qualquer lugar, por exemplo.

Essa forma de cálculo do motor de jogo gera uma curiosidade sobre a distribuição das chances: quando a posse de bola está 50% x 50% o esperado é que cada time receba 5 chances. Contudo, com a posse 51 x 49 a tendência é de uma distribuição 6 x 4! 1% de posse pode significar 50% mais chances! Daqui deriva toda a importância de armação e do meio campo no hattrick.

Isso também significa que as chances não seguirão a correspondência simples de que 70 x 30 na posse significa 7 x 3 na distribuição de chances. Se 51x49 é 6x4 a distribuição 7x3 já é uma tendência antes do 60% de posse.

Renan: Acredito que muitos leitores devem ter apreciado esses dados. Mas poderíamos voltar ao jogo em questão?

Luiz: Certamente que sim. Percebemos que a posse de bola foi 87 x 13. O sunshine deveria pegar as 4 ou 5 chances em disputa e 4 ou 5 exclusivas.

O time do Pedra deveria pegar 1 ou nenhuma em disputa e uma ou nenhum exclusiva, então algo entre 8 x 2 (se o Pedra tiver muita sorte) e 10 x 0, com as versões intermediárias sendo as mais prováveis (9x0 e 9x1).

Na partida, de fato, a distribuição foi 9 (4/3/2/0) x 1 (1 na esquerda) + 3 CAs (2 no meio e 1 na direita).

Nos detalhes do desempenho podemos observar que as chances de gol do Sunshine eram de 1/3 ou menor em todos os setores (se você tiver o foxtrick as probabilidades reais vão apontar 1/10). Então o esperado era o Sunshine fazer entre 1 e 3 gols.

Renan: Mas isso não aconteceu Luiz! Porque o Sunshine não venceu? E porque nem sequer empatou?

Luiz: Bem, o Pedra podia esperar defender entre 6 e 8 chances de gol, (baseado no nível de sua defesa) e com seu CA lendário tem oportunidades o bastante para pegar 3 ou 4 CAs. Somado ao seu provável único ataque normal deve ter 4 ou 5 chances na partida.

As chances de conversão do Pedra beiram 40% em todos os setores (1/5 no foxtrick). Portanto o Pedra pode esperar 1 ou 2 gols na partida das suas 4-5 chances.

Renan: Ah! Então você quer dizer que o Time do Ekrato, o Pedra poderia esperar 6 ou 8 CAs. E isso por ele ter o dobro de defesas. Ele tem boas chances de pegar os 4 CAs, mas não um para cada ataque perdido.

Luiz: No fim das contas o resultado esperado era de 1-3 x 1-2. Considerando que o hatstats é 355 contra 296 e que esse tipo de jogo permite ao Pedra ganhar potencial para os próximos jogos na forma de um PIC sem custos, ele tinha ótimas chances.

A vitória era possível, o empate era provável e a derrota, se viesse, seria por no máximo 1 ou 2 gols.

Na partida, Sunshine só conseguiu fazer 1 gol no meio enquanto o pedra aproveitou um CA na direita e ganhou um evento de velocidade, que virou gol, de brinde, para um 1 x 2.

Pedra teve sorte com o evento, mas 2 gols tá dentro da normalidade na partida. Por outro lado o Sunshine teve azar com 1 gol apenas, mas com 9 chances a culpa é dos ataques e não do randão.

Renan: Muito interessante mesmo! E como você resume esse jogo Luiz?

Luiz: O resultado premiou um CA extremo muito bem encaixado contra um adversário desavisado. Assim se faz um CA!

Renan: Uffa! Abordamos apenas uma partida mas a matéria não se esgotou. Vamos precisar de ajuda ainda Luiz. Podemos contar com sua participação na continuação dessa matéria?

Luiz: Com todo o prazer Renan...

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